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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Princípios do Culto Cristão - Regulado e Restrito, Descente e com Ordem


1 Coríntios: 14. 40. "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem."
Josué: 8. 30,31b. "Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus de Israel, no monte Ebal, como Moisés, servo do Senhor, ordenara aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro da lei de Moisés..."

O ato de adorar ao Senhor, publicamente, em solene convocação do Seu Povo e Igreja
, não é um ato meramente social e encerrado dentre as coisas que estão "sob o sol". Antes, "o Senhor está no Templo", habita Ele mesmo na reunião no Seu Povo e exibe ali, na pública convocação, para os olhos que já foram abertos pelo Espírito, coisas celestiais e maravilhosas que mesmo os Anjos anseiam contemplar (cf. Mt. 18:20; Jo. 20:19; At. 4:31; 1 Cor. 3:16; Ef. 2:19-22; Hb.12:22; 1 Pd. 1.12; 1 Cor. 11:10; Sl. 11:4; Sl. 29:9). A graça e misericórdia de nosso Senhor, para glória do Seu próprio Nome, deu a fiel Palavra aos Seus ministros e pregadores para levantarem-se, geração após geração, convocando todos que O amam e temem a aperceberem-se desta espiritual e sublime natureza do Culto, honrando o Nome do Senhor ali, quando recebem do pão da vida para vivificação de suas almas.
Mas, exatamente como procederemos para honrar o nome do Senhor e adorá-lO de uma forma agradável a Ele, nosso amado Rei e Salvador? O que tem os Seus mandamentos e os guarda, com misericórdia e justiça, será amado pelo Senhor; o que confessa a Cristo Jesus, e não nega que o Senhor veio em carne ao mundo para, sendo em tudo perfeito, dar sua vida para nos salvar, o Justo pelos injustos, conhece a Verdade.
Porém, como guardar os mandamentos do Senhor e confessá-lO no Culto? Fazendo e ensinando tudo conforme a Palavra do Senhor, o Livro da sua Lei, a Escritura Sagrada estabelece. A Escritura ordena que o Culto deve ser ordeiro, bem organizado, solene e cheio de reverência; vivo e impressionante, não pelo que os homens podem fazer, mas pelo poder de Deus e pela Sua Palavra. Não é lícito introduzir no Culto o que visa agradar aos homens, ou artificialmente movê-los e afetá-los nas suas afeições carnais. Não nos admoesta a isto o Apóstolo Paulo no décimo-quarto capítulo da Epístola aos Coríntios? O Apóstolo ali nos ensina que o conhecimento de Deus levando-nos a honrá-lO como Santo e Benigno, "de paz" e "de ordem", é determinante, restritivo, sobre o Culto - mais importante que os impulsos e desejos humanos, mesmo os de verdadeira origem no Espírito de Deus, que atuava sobre os Profetas. Prestar Culto ao Senhor usando de qualquer coisa que fuja às restrições impostas pela Sua Palavra é idolatria e desonra, vergonha e maldição. O que a Escritura comanda OBRIGATORIAMENTE deve nos bastar, porque a Escritura é suficiente para fazer o Cristão completamente apto para toda boa obra.
Portanto, não sejamos enganados pelo nosso vão coração. A cada prática que aprendemos e mantemos por mera tradição, levantemos inquirição: está assim na Escritura? Era assim que nosso Senhor e os apóstolos cultuavam e ensinaram aos discípulos subsequentes? Tudo o que Deus comandou, façamos; o que a imaginação humana inventa, rejeitemos. Confessemos ao nosso Senhor com nossos lábios e com um caminhar irrepreensível em todas as coisas, inclusive, claro, na administração e vida de Sua Igreja. Sejamos gratos que Ele, desde o século XIX, fez chegar a Igreja Puritana, pela herança da Reforma, este necessário Testemunho e ensino, que nos desperta zelo e amor pela Pureza do Culto ao Senhor, com estrito apelo às Escrituras; e oremos dia e noite para que o Senhor dê humildade e discernimento aos que se chamam pelo Seu Nome, iluminando mais e mais homens que anseiam pela Sua Glória somente, edificando Sua Igreja a contemplar a Cristo Jesus, em quem e por quem somente, na Justiça dEle e não por nada que haja em nós, nosso Culto é aceito por Deus. Eis que contemplando-O, com nossa alma movida de amores e a consciência cheia de vergonha, mui mais facilmente dobraremos nossa dura cerviz, para que Ele comande também sobre a forma, conteúdo e vigor espiritual de todo o Culto que rendemos em Seu Nome.

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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Uma reflexão sobre nossas afeições - Parte Final


Quão benigno e misericordioso é o Senhor! Ele nos guiou em Sua Graça à esta aliança como Igrejas! Ele guia e preserva Seu Povo e faz todas as coisas para Sua Glória! Em toda parte desperta os corações de homens para que O temam e seja o Seu Nome conhecido em todas nações!
E agora nos chama e comissiona para levar adiante estas preciosas afeições, esta continuidade histórica da Sua Igreja, esta herança de uma Fé pura e simples, objetiva em conhecimento da Palavra mas experimental, emocional e operosa.
Para tal, a Igreja Puritana se esforça, sob a força que o Senhor somente nos pode dar, de modo a sermos fiéis depositários e despenseiros deste tesouro. Se esforça em orações - para recebermos do Senhor coragem e intrepidez, para que o Espírito do Senhor seja sempre em nosso meio, para que nossos pastores e mestres abram a boca com Verdade e tenham sabedoria e exatidão na medida da disciplina; em santificação pessoal - para sermos achados em constante arrependimento e sinceridade, andando longe de escândalos (e, quando estes vierem, que não subsistam), para sermos agradáveis ao coração do Senhor, andando com Deus, Povo Santo e cartas vivas do Evangelho; no ministério da Palavra, ardentemente desejando a pregação da vera Palavra, e, com temor, treinando, elegendo, chamando e ordenando, sob o Senhor, segundo Seu Governo, anciãos e vigias experimentados na Verdade, para Sua Casa; nas famílias da Aliança, para que a profissão de nossa Fé não seja uma mera religiosidade, que seja a sólida base em Cristo, sobre a qual fundamentamos todas nossas relações sociais e toda nossa forma de viver, e não só para educar as próximas gerações em uma moral Cristã, mas para educar os Filhos da Aliança no Temor do Senhor - não meros perpetuadores de uma tradição religiosa familiar, mas, sob a graça do Senhor, pedras vivas do Templo do Deus Vivo, poderosos em atos e palavras para perturbar o mundo na proclamação e experiência do Reino de Deus;
Compreendemos plenamente a grandeza deste chamado e comissão? Tememos e tremendos ante a glória do Senhor que se desvela aos nossos olhos impuros e com terrível e assombroso poder tem começado a se mostrar no Templo cuja pedras somos nós? Eis o peso do nosso dever, eis a obra de nossas vidas: responder com glória ao Senhor, proclamar com impetuosidade o momento de Sua visitação, estabelecer piedosas congregações em todo território nacional, pavimentado a estrada da Aliança e pacto nacional para nossos descendentes renderem este povo, língua e nação ao REI de toda a Terra. Tome cada um a sua Cruz, dê cada um a sua vida e somente assim teremos as mãos limpas do sangue desta geração - é o brado que ressonante nas almas dos que têm bebido da frescas águas que o Senhor fez correr no seio da Igreja Puritana!
Estas são um vislumbre de nossas afeições em Jesus Cristo, o desejado de nossos corações! Eis nossas esperanças, nas Promessas do Senhor, eis a fonte de nosso ímpeto, a certeza de que a Palavra do Senhor não voltará vazia, mas prosperará naquilo em que Ele a enviou; de que nosso chamado não é vão, mas certa é a grande obra do Senhor em seus Igreja, em todos os séculos, donde agora somos enxertados, por Sua graça. Nisto também descansamos: que todos quanto o Deus dos Exércitos, por meio de nossa proclamação chamar para nos adicionar, Ele mesmo fará firme em uma só disposição, mente, afeição e labor conosco em Cristo Jesus! Eis nosso convocação, eis nossa comissão, eis nossas afeições: tomar parte da aurora da Reforma nestas Terras, cada membro de nossas Igrejas segundo seu chamado e vocação, exercitando-se com todas as forças, toda a mente e toda vontade, segundo a Palavra de Deus, para obedecê-lO e, sob ardente e sincera oração, glorificar o Nome do Criador e Rei dos Céus e da Terra, nosso Senhor e amado Salvador!


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Uma reflexão sobre nossas afeições - Parte 2


Institucionalmente a Igreja Puritana é uma descendente da Segunda Reforma Protestante Escocesa, de um trabalho conjunto do Reverendo Robert Reid Kalley e do Reverendo William Hewitson, ambos membros da Igreja da Escócia no século XIX. Foram, ainda, preciosos ajudadores em nossos primeiros dias, os Reverendos: Charles Spurgeon, do Tabernáculo Metropolitano de Londres, e Robert McCheyne, também da Igreja Escocesa. Fora uma época de muitas batalhas e, embora muitos se afastassem da Verdade, aprouve a nosso Senhor nos sustentar e guiar em uma peregrinação de mais de cem anos, até a Igreja Puritana se reorganizar em 2008, especialmente pelo labor do Reverendo Elmir de Oliveira Júnior, e pela preciosa ajuda de irmãos e congregações de fora do Brasil - todos igualmente herdeiros da Grande Reforma Protestante e das posteriores Reformas Escocesa e Holandesa. Humilhamo-nos e exaltamos nosso Senhor que nesta longa e perigosa jornada, nos preservou no mais arraigado amor pela Verdade, e conservou na Igreja Puritana, a doutrina, a piedade e o culto nos mesmos bíblicos preceitos da Igreja Reformada nos séculos XVI e XVII, na mesma e única fé e prática da Universal Igreja de Cristo em todos os séculos. Assim, o coração dos que estão alistados sob a comunhão na Igreja Puritana Reformada, dotados da certeza de que permanecem na Fé Cristã Histórica e Bíblica, inclina-os a trabalharem diligentemente para que cada congregação da Igreja Puritana seja achada fiel, bíblica, Confessional, verdadeiramente Reformada e ortodoxa.
A Graça do Santo Espírito de Deus nos tem movido para compreendermos intelectualmente, experimentarmos em nossas afeições e praticarmos todo o conselho do Altíssimo, descansando em Cristo Jesus que nos faz, para além de nossos pecados, aceitos diante do Santo e Justo Deus. É uma religião de toda a alma, um interesse pleno de todo o ser aquilo que a Igreja Puritana Reformada recebeu do Senhor quanto ao Evangelho de Cristo. Nisto, ao definir estes profundos desejos de forma objetiva, podemos listar tais afeições ao Senhor e a Sua Verdade, na forma das seguintes aspirações, as quais, em oração, dedicamos, em Cristo Jesus, e em toda a Sua Graça e Misericórdia, diante do Deus Altíssimo.
A maior afeição e desejo da Igreja Puritana Reformada é a Glória de Deus. Descansamos na promessa de que esta glória ainda encherá toda a Terra; contemplamos o Majestoso e Altíssimo Deus, perfeito em todos os Seus caminhos, insondável em Sua mente, cuja vontade não pode ser resistida e cuja mão não pode ser detida. Ele, e somente Ele é digno de toda a glória e louvor, e toda a Criação existe apenas para glorificá-lO. Nele somos chamados a nos deleitarmos, reconciliando-nos com Ele pelo perdão de nossos pecados e pela Justiça que há em Cristo Jesus, gratuitamente, para todos que nEle crêem. A maior afeição e desejo da Igreja Puritana Reformada é a Glória de Deus – é glorificarmos ao Senhor em tudo o que fizermos, e fazer tudo para glorificá-lO. Clama na alma da Igreja Puritana: “Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória pois a Ele, Eternamente, Amém”.
Um subsequente anseio é consequência do primeiro – como saber se as almas nesta Igreja glorificam a Deus? É possível e só é possível sabê-lo pela Palavra de Deus. Eleva-se daí um brado que acende o espírito dos que na Igreja Puritana Reformada se unem: “Santifica-nos na Tua Palavra, porque a Tua Palavra é a Verdade”. A Palavra é a sólida base de tudo o que há na Igreja Reformada, de visão de mundo que esta corrobora, da sua teologia, da sua piedade, do seu culto e da pregação. Na Palavra contemplamos a nosso Senhor, Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, em quem encontramos reconciliação com Deus - Ele é o centro e a substância da Sagrada Escritura, de Gênesis ao Apocalipse. A Igreja Puritana anseia pela Glória de Deus, e contempla esta Glória em Cristo Jesus, por meio da Sagrada Escritura. Portanto também clama a alma da Igreja Puritana: “oh, quanto amo a Tua Lei! Quão doce são as tuas Palavras ao meu paladar! Mais do que o mel à minha boca.”
Desta outra afeição puritana todas seguem. Da Escritura aprendemos a amar a presença de Cristo e desejar a Sua visitação, pela Palavra recebemos a forma dos sinais visíveis da nossa espiritual união nEle, a visível manifestação do que Cristo invisivelmente opera em nós, através dos quais a presença do Seu Espírito se faz especial dentre o Povo, nos quais somos selados, nos quais somos nutridos, nos quais somos renovados pela Graça. A Igreja Puritana ama profundamente, portanto, os sacramentos e ordenanças da Aliança com o Senhor: o Batismo e a Ceia. Como o eunuco etíope, recebemos, cheios de júbilo, os Sacramentos do Senhor.
Quando da Ceia do Senhor o Apóstolo São Paulo diz: quem come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria destruição. É necessário examinar-se antes de tomar lugar à Mesa do Senhor. Mas, se desobedientemente andamos em nossos caminhos e não honramos o Santo Nome de Cristo, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Amando ao Senhor e a Seu Povo, a Igreja Puritana aprendeu dEle esta disciplina e encontra nisto outra grande afeição: a ordem e a disciplina no culto e na vida, zelando em tudo para que os que estão unidos como Igreja Puritana não sejam condenados com o mundo; mas, ainda que com sofrimento e dor, com repreensões e admoestações, com sanções e com auxílios, sejam amoldados a semelhança de Cristo Jesus, nosso Mestre e Senhor, o primogênito de um Povo Eleito, de uma Nação Santa.
Ao que clama em mais um brado a alma Puritana: Santidade ao Senhor! Servimos ao Majestosos Deus exaltado em Santidade, cuja Glória em Santidade é tão absoluta que nem os Santos Anjos O podem contemplar. É o poderoso Deus que diz: Anda na minha presença e sê perfeito. Oh, que grande é o desejo da Igreja Puritana Reformada por Santidade! Ser separado do mundo e dedicado ao Senhor, consagrado para Seu Serviço, oh que grande anseio por isto! Que grande afeição pela beleza da Santidade do Senhor que vislumbramos na glória excelsa das ordenanças do Evangelho, na pureza e simplicidade da Sua Igreja, no Seu doce e suave jugo, no poder da Sua Palavra! Quão glorioso nosso Senhor a reinar em Seu exaltado trono, cheio de toda Justiça e Retidão, perfeito em todos os seus caminhos, governando dos altos céus sobre Seu Povo e Reino.
E que grande ódio ao pecado há de ser encontrado no seio da Igreja Puritana! E que pesada convicção de erro, que doloroso arrependimento há de ser encontrado quando, pela pregação, pelo confronto com a Palavra, se é achado anátema. Ressoa então na alma do crente: "...tereis nojo em vós mesmos das vossas maldades e das vossas abominações" [Ezequiel. 36.31]. Há verdadeira e agradável quebrantamento e penitência em se abominar o pecado! E a isto nos conclama o Senhor - à um coração contrito! Não sentimos todos um asco natural pela podridão? Há homem são que deseje pôr-se à mesa para jantar, se nas travessas e pratos sobejam excrementos e cadáveres tomados de vermes? Há homem são que aspire ter seu corpo tomado de úlceras vertentes e inflamadas? Pois muitíssimo mais deve nossa alma se encher de nojo para com a podridão do pecado! Muitíssimo mais temos de ter ânsias e tremores ao contemplar as virulentas feridas que o mal causa em nossas consciências! Não se pode comer da mesa do Rei e da mesa dos porcos ao mesmo tempo! Não se pode ocupar um lugar nas bodas do Celestial Noivo e nas imundícies do monturo ao mesmo tempo! Oh, a que claras e firmes afeições Cristo nos chama: detestar a própria vida por amor a Ele! Detestar até a roupa manchada de pecado, lançar fora nossas vestes rotas e sujas, e receber dEle vestes novas e limpas.

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